sábado, 16 de outubro de 2010

"Tem coisa que fica e que fere e que gruda feito cola de sapateiro. Sempre disse que quem fala esquece e quem ouve carrega dentro do peito e da mente tudo que foi dito – e carrega mesmo. Relembra. Remonta. Ouve cada sílaba. Palavrada na cara dói mais que chute no nariz. Palavrada na cara dói mais que dor de dente e cólica menstrual. Palavrada na cara atinge o coração, em cheio, no meio. Palavrada na cara dói, dói uma dor doída – e que demora pra sarar. Palavrada na cara às vezes não sara (nem com rima ruim e reza forte). Palavrada na cara tatua a palavra decepção na alma. E foi isso que aconteceu."
clarissacorrêa!

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