terça-feira, 31 de agosto de 2010

Eu tenho medo de tudo isso apagar e o vento levar suas cinzas, desse fogo todo ser de palha, como dizem. Da dor que se dissipa a cada respirada mais funda e cheia de coragem de ser só.
Eu tenho medo da força absurda que eu sinto sem você, de como eu tenho muito mais certeza de mim sem você, de como eu posso ser até mais feliz sem você.

Tati B.
Você está sozinho. Você e a torcida do Flamengo. Em frente a tevê, devora dois pacotes de Doritos enquanto espera o telefone tocar. Bem que podia ser hoje, bem que podia ser agora, um amor novinho em folha.

Martha Medeiros
Eu tenho saudade de quando ficava apaixonada e perdia a fome. Agora são duas coisas difíceis de acontecer, ainda mais ao mesmo tempo.

Tati b.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

wonderwall - oasis

WONDERWALL

Today is gonna be the day
That they're gonna throw it back to you
By now you should've somehow
Realized what you gotta do
I don't believe that anybody
Feels the way I do about you now

Backbeat, the word was on the street
That the fire in your heart is out
I'm sure you've heard it all before
But you never really had a doubt
I don't believe that anybody
Feels the way I do about you now

And all the roads we have to walk are winding
And all the lights that lead us there are blinding
There are many things that I would like to say to you
But I don't know how

Because maybe
You're gonna be the one that saves me
And after all
You're my wonderwall

Today was gonna be the day
But they'll never throw it back to you
By now you should've somehow
Realized what you're not to do
I don't believe that anybody
Feels the way I do about you now

And all the roads that lead you there were winding
And all the lights that light the way are blinding
There are many things that I would like to say to you
But I don't know how


I said maybe
You're gonna be the one that saves me
And after all
You're my wonderwall

I said maybe
You're gonna be the one that saves me

Protetora

Hoje será o dia
Que eles vão jogar tudo de volta em você
Por enquanto você já deveria, de algum modo,
Ter percebido o que deve fazer
Não acredito que ninguém
Sinta o mesmo que eu sinto por você agora

Andam dizendo por aí
Que o fogo no seu coração apagou
Tenho certeza que você já ouviu tudo isso antes
Mas você nunca tinha uma dúvida
Não acredito que ninguém
Sinta o mesmo que eu sinto por você agora

E todas as estradas que temos que percorrer são tortuosas
E todas as luzes que nos levam até lá nos cegam
Existem muitas coisas que eu gostaria de te dizer
Mas não sei como

Porque talvez
Você vai ser aquela que me salva
E no final de tudo
Você é minha protetora

Hoje seria o dia
Mas eles nunca vão jogar aquilo em você
Por enquanto você já deveria, de algum modo
Ter percebido o que você não deve fazer
Não acredito que ninguém
Sinta o mesmo que eu sinto por você agora

Todas as estradas que levam a você até lá são tortuosas
Todas as luzes que iluminam o caminho nos cegam
Existem muitas coisas que eu gostaria de te dizer
Mas não sei como

Eu disse talvez
você vai ser aquela que me salvará
E apesar de tudo
Você é minha protetora

Eu disse talvez
Você vai ser aquela que me salvará

domingo, 29 de agosto de 2010

"E consegue tudo de mim. Consegue até o que ninguém nunca conseguiu: me deixar leve. Sabe rir mole de bobeira? Sabe dançar idiota de alegria? Sabe dormir gemendo de saudade? Sabe tomar banho sorrindo para a sua pele? Sabe cantar bem alto para o mundo entender? Sabe se achar bonita mesmo de pijama e olheiras? Sabe ter ânsia de vômito segundos antes de vê-lo e ter fome de mundo segundos depois de abraçá-lo? Sabe não aguentar? Sabe sobrevoar o frio, o cinza, os medos, os erros e tudo que pode dar errado?"

Tati

De novo? Tenho até vergonha. Nem eu suporto mais gostar de você.
Sempre achei que esse amor era coisa de quem não tinha nada melhor para fazer. Eu só o sentia porque estava infeliz naquela vida pacata. Só por isso. Resolvi então agitar a vida pacata. E comecei a sair mais de casa, enxergar as pessoas ao meu redor, mais viagens, mais baladas. Amor é coisa de gente pacata e agora que eu tinha uma vida agitada, poderia, finalmente, mandar esse amor embora. Tchau, coisinha besta. Nada feito. Só piorou. Acordava e ia dormir com ele engasgado aqui. Ficava inconformada. Mas aí concluí: amor é coisa de quem tem tempo pra pensar nele. Claro, mesmo com a semana agitada entre faculdade e trabalho, eu fico em casa o fim de semana todo, alegando cansaço, no silêncio das minhas coisas, claro que acabo pensando besteira. Aquele papo de mente desocupada casa do diabo, sabe? Amor do diabo. Fui procurar Jesus. Depois de dez passes e de ler todo o Evangelho Espírita, achei que ficaria tudo bem. Ficou nada. Eu só parei de sonhar que botava fogo no apartamento do ser amado ou que arrancava os olhos de todas as mulheres do mundo. Parei, talvez, de odiar o amor. Mas o amor, na verdade, ficou lá. Duro que nem pedra. Daqueles que não vão embora nem com reza brava. Amor adolescente, pensei. Com certeza, se eu virar mulher, esse amor bobinho passa. Amor de menina boba. Tratei, então, de virar mulher. Quem sabe mudando o visual, esse amor não se mudava de mim? Nada feito. Cabelo novo, roupas novas, sapatos novos, novas contas pra pagar. E o mesmo coração idiota. O mesmo amor de sempre. Coisa chata, não? Ah, que que é isso! Amor deve passar com um novo amor, não? Olha lá aquele menino bonito te olhando, o outro que escreve bonito, o outro que te faz rir um monte, aquele gordinho simpático (adoro gordinhos), tem também aquele ali, com mão firme. Nada. Nenhum deles foi capaz de me salvar, de substituir minhas células cansadas em sentir sempre a mesma coisa. Nenhum foi capaz, nem por um segundo, de me levar para passear em outros tormentos. Ou outras alegrias. Qualquer outra coisa que seja.
Aí veio a idéia brilhante. Será que se eu mergulhasse de cabeça na estupidez desse amor, não me curava? Será que se eu, por um minuto apenas, parasse de sentir tudo isso de dentro da grandiosidade que eu inventei para tudo isso e enxergasse de perto como tudo é tosco e pequeno, eu não me curava? Só piorou. De frente para ele e suas constatações tão absurdas a respeito de tudo, só consigo sentir ainda mais amor. E quanto mais e maiores motivos para não sentir, ele e a vida me dão… Adivinhem? Sim, o amor cresce. Irresponsável, sem alimento, sem esperança e de uma burrice enorme. Ainda assim, forte e em crescimento. Mas esse amor, ah, esse amor é coisa de quem não ama a própria vida. Se um dia, um dia eu pudesse realmente ser uma Jornalista. Ou até, nossa, se eu pudesse trabalhar na televisão sabe? Esse amor iria embora, claro. Nada feito. Escrevo essas linhas de frente para um monitor chiquérrimo, posicionado na minha sala, que não divido com ninguém, minha, com tudo que sempre sonhei nela, que fica dentro de uma emissora de tv. Afiliada à segunda maior e melhor do Brasil. Estou aqui graças a minha maior qualidade: a fé. Sim, isso só não funciona pro amor, mas pra todo resto na minha vida acreditar sempre funcionou. Tudo certo com a minha vida. Ou quase tudo certo. Ainda sinto esse amor ridículo. Essa coisa infernal que me vence todos os dias, todos os minutos. Mas olha lá quem me adicionou. Aquele diretor inteligentíssimo, daquele programa que eu amo! Quantos bons contatos me admiram e me elogiam. Ainda bem que alguém além de mim acredita em mim. É tanta coisa boa acontecendo, tanta gente boa se aproximando que tá na hora de acordar. Enxergar. Receber. Taí. Tá bom. O amor venceu. Você venceu. Venceu. Venceu. Venceu. E eu acabo de descobrir, simples assim, a única maneira de me livrar desse sentimento: aceitando ele, parando de querer ganhar dele. Te amo mesmo, talvez pra sempre. Mas nem por isso eu deixo de ser feliz ou viver minha vida. Foda-se esse amor. E foda-se você.
Quem se orgulha de não ter nada a esconder deveria era ter vergonha de uma vida tão sem graça.

tati b
Agora as pessoas voltaram a me irritar. E eu voltei a ter que fazer muita força pra sair de casa. tati b

O teatro da moça banal.

Meu coração dispara mas eu mando ele parar. Estraguei todos os meus relacionamentos de tanto que meu coração dispara. Dessa vez quero acertar, dessa vez quero que alguém fique comigo ao menos um mês sem me achar louca. Cansei de sempre ser a garota louca que espanta todo mundo.

(...)
Você tem cheiro de roupa limpinha com mente suja e eu quero te rasgar inteiro. Mas apenas te dou um beijinho no rosto. Preciso me comportar. Ser como as minhas amigas que se dão bem e arrumam namorados apaixonados. Há anos que eu rasgo os rapazes, enlouqueço, me apaixono, devoro. E termino sozinha no Espaço Unibanco querendo morrer enquanto olho sem fome para o pacotinho com dez mini pães de queijo. E os caras morrendo de medo de mim

(...)
Dessa vez quero acertar, por isso, combinei comigo que apesar de estar morrendo por você, não gosto de você
Tudo bem: não é a primeira vez que você se sente tão perdida, usada, burra e sozinha!

tati b.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Ainda bem que sempre existe outro dia. E outros sonhos. E outros risos. E outras coisas.

Clarissa Corrêa.
Ruim mesmo é um dia a gente perceber que amou, gostou e quis sozinho. E que o outro era apenas um reflexo das nossas aspirações.

Clarissa Corrêa.
Eu só queria que ele tivesse me amado metade do que ele disse que amava. - Tati Bernardi.
E todos se perguntam: O que afinal ela vê nele? Ela vê tudo o que não conseguiu ver no próprio pai, ela vê uma serenidade rara e isso é mais importante do que o Porsche que ele não tem. Ela vê que ele se emociona com pequenos gestos e se revolta com injustiças. Ela vê uma 'pinta no ombro esquerdo' que estranhamente ninguém repara; ela vê que ele faz tudo para que ela fique contente. Ela vê que os olhos dele 'franzem na hora de ler um livro' e mesmo assim o teimoso não procura um oftalmologista; ela vê que ele erra, mas quando acerta, acerta em cheio. 'Vê que ele parece um lorde numa mesa de restaurante mas é desajeitado pra se vestir'; ela vê que ele não dá a mínima para comportamentos padrões. Ela vê que ele é um sonhador incorrigível, ela o vê chorando, ela o vê no que ele tem de invisível para todos os outros. Martha Medeiros
Nenhum pensamento meu tem o poder de te machucar, nenhum mundo para onde eu vá tem o poder de te causar desespero. E eu preciso te sentir na minha ratoeira, eu preciso atirar nas suas asas que sobrevoam meu sossego. Você sempre me deixa, mesmo ficando colado comigo. Eu preciso sentir tormento alheio para desocupar o lugar da atormentada. Eu preciso ter a certeza que no seu ponto perdido no espaço ainda não mora outro rosto. (...) Eu queria não acordar e lembrar que ainda preciso conquistar você, porque você brinca de ser meu, mas mora do outro lado mundo. E eu não sou atleta e nem forte para correr tanto e tão longe, por isso gostaria de destruir tudo o que é seu do meu mapa. Eu tenho muita preguiça do seu olhar de "já sei o que é sofrer, agora posso viver sem medo porque descobri que eu não morro". (...) Alguém aí pode admitir que essa merda de vida dá um medo filho da puta, e que ficar longe de tudo dói, e que ficar dentro de tudo dói, e que estar aqui, agora, dói pra cacete? tati b.
E eu acho uma traição sair por aí dando pedaços do meu pulmão para ares mais leves, pedaços do meu coração para risos mais despretenciosos, pedaços do meu umbigo para momentos de altruísmo. A vida fica surda sem você, porque o volume do mundo abaixa para ouvir meu grito interno. O mundo fica passando como um filme Super Oito na parede, as pessoas estão felizes demais, mas parece que faz tempo demais e sentido nenhum. Sem você sinto essa felicidade sem som, como se, por maior que fosse um sentimento, ele já nascesse com defeito. Tati Bernardi
E eu odeio o mundo por isso, eu acho o mundo muito medíocre, eu tenho pena de todas essas pessoas que não sabem o que é encaixar o rosto no vão das suas costas e querer ser embalsamado ali por mil anos. Amor de verdade não acaba, é o que dizem, mas eu tenho medo. Eu tenho medo de quantos mijos, bocejos, cinzas e óculos de surfistas eu ainda vou ver sem você, eu tenho medo dos meus pedaços espalhados pelo mundo, eu tenho medo do vento passar enquanto eu estou míope, e eu ficar míope pra sempre. Eu tenho medo de tudo isso apagar e o vento levar suas cinzas, desse fogo todo ser de palha, como dizem. Da dor que se dissipa a cada respirada mais funda e cheia de coragem de ser só. Eu tenho medo da força absurda que eu sinto sem você, de como eu tenho muito mais certeza de mim sem você, de como eu posso ser até mais feliz sem você. Pra não pensar na falta, eu me encho de coisas por aí. Me encho de amigos, bares, charmes, possibilidades, livros, músicas, descobertas solitárias e momentos introspectivos andando ao Sol. E todo esse resto de coisas deixa ao pouco de ser resto, e passa a ser minha vida, e passa a enterrar você de grão em grão (...) Tati Bernardi

Ninguém

Sapato baixo, calça larga e cabelo preso. Esquentou e seus ombros tensos agradecem. Que cara bonita é essa? Já logo no elevador. Ah, devo ter dormido bem. Bom dia, bom dia. Olha, você está muito bonita hoje. Um fala, outro concorda. E pelos corredores, sorrisos dão continuidade aos elogios. O que é? Que segredo ela guarda? Que novidade é essa? Na cozinha perguntam: novo amor? No estacionamento perguntam: voltou com alguém? No restaurante, na hora do almoço: é alguém novo? Cruza com um namorado antigo “nossa, você tá muito... é o quê? Sexo? A noite toda? Conta, vai, eu agüento ouvir”. Contar o quê? No espelho, enquanto escova os dentes, fecha os olhos e sabe pra si o segredo: ninguém. Não gostar de ninguém. Nada. Nem um restinho de nada. Nem de tudo que acabou e nem de nada que possa começar. Nada. Pouco importa qualquer outra vida do mundo. Não é nem pouco, é nada mesmo. Um dia inteiro para achar gostosas coisas bobas como um pacote de pipoca doce, um tênis pink ou a hora do banho quente com músicas recém baixadas e o tapetinho vermelho. Um dia inteiro sem escravidão. O celular, o e-mail, o telefone de casa, o ar, o interfone, a rua. São o que são e não carrascos que nada dizem e nada trazem. Um coração calmo, se ocupando de mandar sangue para as horas felizes de trabalho, estudo, yoga, massagem, dormir, bobeiras, pilates, comer, rir, cabelo, filmes, comprar, trabalhar mais, ler, amigos . É isso. Uma agenda enorme que a ocupa de ser ela e não sobra uma linha de dia pra lamentar existências alheias. Linda, ela segue. Linda e feliz como nunca. O segredo do espelho, escovando os dentes, sozinha, aperta os olhos, segura a alma um pouco sem respirar. Segura a pasta pensando que é um pouco de alma consistente na boca.
Não cospe, suporte. Ela pode finalmente suportar seu peso e não dividir isso nem com o ventinho que entra pela janela. Nem com o ralo que a espera boquiaberto. A sensação é a da manhã seguinte que o papai Noel deixava os presentes: não é mentira, é só um jeito de contar a verdade com algum encantamento.
Tati Bernardi.
- Descobri! Descobri!
- O quê?
- O que eu quero de um homem. Eu finalmente descobri.
- Um filho.
- Não! Eu achava que era… mas no momento não tenho saco nem pra imposto de renda uma vez por ano, vou ter pra filho a vida toda?
- Alguém pra trepar domingo... sabe aquele tesão ridículo que dá ler um livrinho depois do almoço?- Isso é umas. Mas não é isso.
- Não vai me dizer que é dinheiro.
- Não, isso é bom pra fazer piada em roteiro. Mas na vida real me dá bode.
- Alguém pra ficar na salinha de espera do Samaritano enquanto o médico tenta separar seu dedão das costas da mão, pós surto de ansiedade?
- Isso também parece ser algo lindo enquanto se luta por, mas quando se consegue, a vida fica chata que só.
- Cinema?
- Prefiro ir sozinha. Juro. É bizarro. Mas adoro ir sozinha ao cinema.
- Sair da toca protegida?
- Prefiro sair com as minhas amigas. Com homem o bom é ficar na cama, sair é pra caçar homem, o que não faz sentido com um.
- Jantar?
- Então, eu não como desde 2004.
- Amar?
- Hmmmm, eu já dedico isso inteiramente a mim e estou longe de me dar o suficiente.
- Então eu não sei.
- Eu quero tratar mal. Eu quero tratar mal. Eu quero tratar mal. Eu quero tratar maaaaaaaaaal !!!!!!!!!!!
- Esse é o problema das mulheres.
- Querer tratar vocês mal?
- É, só querer. A gente vai lá e trata. Fim da obsessão.


A Grande Descoberta - Tati Bernardi
(...)Claro que você não tem culpa, coração, caímos exatamente na mesma ratoeira, a única diferença é que você pensa que pode escapar, e eu quero chafurdar na dor deste ferro enfiado fundo na minha garganta seca que só umedece com vodka, me passa o cigarro, não, não estou desesperada, não mais do que sempre estive, nothing special, baby, não estou louca nem bêbada, estou é lúcida pra caralho e sei claramente que não tenho nenhuma saída, ah não se preocupe, meu bem, depois que você sair tomo banho frio, leite quente com mel de eucalipto, gin-seng e lexotan,depois deito, depois durmo, depois acordo e passo uma semana a ban-chá e arroz integral, absolutamente santa, absolutamente pura, absolutamente limpa, depois tomo outro porre, cheiro cinco gramas, bato o carro numa esquina ou ligo para o CVV às quatro da madrugada e alugo a cabeça dum panaca qualquer choramingando coisas do tipo preciso-tanto-de-uma-razão-para-viver-e-sei-que-esta-razão-só-está-dentro-de-mim-bababá-bababá, até o sol pintar atrás daqueles edifícios, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais destrutiva que insistir sem fé nenhuma?

CFA

sábado, 21 de agosto de 2010

Estar sozinha não muda nada, conheço bem esse estado e, de verdade, sei lidar até melhor com ele. O que me entristece, é ter visto em você o fim de uma história contada sempre com a mesma intensidade individual. Eu tinha visto na sua solidão uma excelente amiga para a minha solidão. Achei que elas pudessem sofrer juntas, enquanto a gente se divertia. Tati Bernardi
Eu hoje fui ao banheiro duzentas vezes para ficar longe do meu celular e do meu e-mail, ficar longe de todas as possibilidades da sua existência. Me olhei no espelho bem profundamente para enxergar minhas raízes e ganhar força, chorei algumas vezes, fiquei sentada no chão do banheiro, para ver se meu corpo esquentava um pouco ou porque estava mesmo me sentindo um lixo. O ar-condicionado hoje está insuportável, mas eu não acho que mude alguma coisa desligá-lo. Tati Bernardi
Eu sei que sou pesada, triste, dramática, neurótica, louca, insatisfeita, mimada, carente. Mas você se esqueceu da minha maior qualidade: eu sou só. Eu era só aos cinco anos quando eu não entendia porra nenhuma do que estava acontecendo e corria para rezar no banho (...) Eu era só pesando doze quilos a menos, quando o mundo inteiro queria que eu comesse pra não morrer, e eu querendo viver tanto que tinha medo de não conseguir, como tudo que sempre quero muito, e acabo fodendo logo pra não ter que viver com a ansiedade do desejo maior do que eu (...) Eu sempre fui só querendo ter uma família grande, café da manhã, Natal, cachorro, e eu continuo só quando te vejo como minha família, mas você me deixa sozinha com duas ou três opções de suco para uma ou duas opções de pão. O mundo é cheio de opções sem você, mas todas elas me cheiram azedas e murchas demais. Tati Bernardi
"Me sinto boba perto dos meus amigos que contam cicatrizes de esportes, meu pai sempre me disse pra tomar cuidado na aula de educação física. Mas me sinto um gênio quando vejo tanta gente que perde um dia inteiro pra escrever um simples e-mail sentimental ou não sabe o que dizer numa conversa mais íntima. E essas pessoas que fazem curso de escritor? Pra que serve um curso de escritor!? Quem é que vai te ensinar a ter essa delicadeza de sentir? Quem é que vai te dar ferramentas pra olhar pras coisas o tempo todo como se elas fossem encantadas e não simplesmente coisas? Durante muito tempo eu respondi “escritor se nasce, não se torna”. Mas descobri que foi o príncipe azul, que na verdade era meu pai, que me ensinou a não ter medo de atravessar o rio enorme, profundo, gelado e escuro, da história que inventamos. Dentro da barraca que não é barraca, é lençol preso no teto com fita crepe. Ele me deu a capacidade de sonhar, o resto do mundo agora é comigo". Tati B
"- Alô?
- Marion?
- Harry?
- Marion...
- ...tenho pensando
muito em você.
- Tudo bem?
- Quando volta?
- Logo.
- Quando?
- Logo.
- Está se virando numa boa?
- Harry...
- ...pode vir hoje?
- Sim.
- Sim.
- Eu vou.
- Eu vou hoje,
- Me espera, tá?
- Está bem, Harry.
- Vou voltar, Marion,
- Sim,
- Marion?
- Sim?
- Sinto muito, Marion.
- Eu sei."


Requim for a Dream
Eu sou desonesto. E pode-se sempre confiar num desonesto, porque vocês sabem que ele sempre será desonesto. Honestamente, são os honestos que devem ser vigiados. Porque nunca se sabe quando eles farão algo incrivelmente estúpido! (Piratas do Caribe)
Mas eu a conheci, e é isso que torna minha vida atual tão estranha. Eu me apaixonei por ela enquanto estávamos juntos, e me apaixonei ainda mais nos anos em que ficamos separados. Nossa história tem três partes: um começo, um meio e um fim.
Embora seja assim que todas as histórias se desenrolam, ainda não consigo acreditar que a nossa não durará para sempre. Reflito sobre essas coisas, e como sempre, nosso tempo juntos retorna à minha mente. Relembro como tudo começou, pois agora essas memórias são tudo o que me resta.

Querido John
Mudar é uma coisa boa,mas na verdade quer dizer que alguma coisa que não queriam que tivesse acontecido aconteceu !

Mensagem para Você
Desde que tenha os seus olhos abertos e encontre algo em que tenha fé... Nada poderá te tocar! É incrível como uma experiência pode mudar a sua vida para sempre.

Shelter – De Repente Califórnia
Parte de mim dói ao pensar que ela está tão perto e eu não posso tocá-la, mas nossas histórias seguiram caminhos diferentes. Não foi fácil aceitar essa verdade simples, pois houve um tempo em que nossas histórias eram uma só, mas isso aconteceu seis anos e duas vidas atrás. Nós dois temos lembranças, é claro, mas aprendi que as memórias podem ter uma presença física, quase viva, e nisso ela e eu também somos diferentes. Enquanto as lembranças dela são estrelas no céu noturno, as minhas compõem o assombrado espaço vazio entre elas.

Querido John
Se não sabe mentir, também não sabe quando estão mentindo para você.

Dr. House
Não queria sentir como você se sente. Ter o que queria bem em suas mãos mas ao mesmo tempo está a quilômetros de distância.

O livro de Eli
Senhora Minchin: É hora de você aprender, Sara Crewe, que vida real não tem nada a ver com os seus pequenos jogos de fantasia.
É um mundo cruel e traiçoeiro lá fora, e é nosso dever tirar o máximo de proveito disso.
E não tolerar sonhos ridículos, mas ser produtivo e útil. Você entende o que estou dizendo?
Sara: (em voz baixa) Sim, senhora.
Senhora Minchin: Ótimo.
Sara: Mas eu não acredito.
Miss Minchin: (rindo) Não me diga que você ainda imagina a si mesmo com uma princesa? Meu Deus, menina! Olha em volta! Ou melhor: olhe no espelho.
Sara: Eu sou uma princesa.
Todas a garotas são. Mesmo que elas vivam em pequenos e velhos sótãos.
Mesmo que se vistam com trapos.
Mesmo que não sejam bonitas, ou inteligentes, ou jovens.
Elas ainda são princesas. Todas nós. Seu pai nunca te falou isso? Nunca?

A Princesinha
Eu ainda acredito em nós, mesmo que ninguém mais acredite.

Força - G
Só tive uma história de amor. Todas as outras foram remixes desta.

Alta Fidelidade
Quando vês pela primeira vez o amor da tua vida, o tempo para... mas o que não te disseram é que logo a seguir avança muito depressa para o apanhares novamente.

Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas
Nem a terra diminui ou perde, pois tudo que se desfaz em outro lugar renasce. Tudo o que se perde pode ser encontrado. Se procurado.

Razão e Sensibilidade
Mais do que tudo, eu tenho medo de sair daqui e nunca mais sentir na minha vida, o que eu sinto quando estou com você.

Dirty Dancing - Ritmo quent
Salgueiro chorão com lágrimas escorrendo;
Porque você chora e fica gemendo;
Será porque ele lhe deixou um dia;
Será porque ficar aqui, não mais podia;
Em seus galhos ele se balança;
E ainda espera a alegria que aquele balançar lhe dava;
Em sua sombra abrigo ele encontrou;
Imagina que seu sorriso jamais se acabou;
Salgueiro chorão pare de chorar;
Há algo que poderá lhe consolar;
Acha que a morte para sempre os separou;
Mas em seu coração para sempre ficou."

Meu Primeiro Amo
Às vezes eu queria não ter te conhecido.
Assim eu poderia ir dormir à noite sem saber que tem alguém como você por aí.

Gênio Indomável
Para termos chance no futuro, eu tinha que fazer as pazes com o passado. E para isso eu precisava de tempo. Espero estar melhor em um ano, e estar sentada com você lendo esta carta. Mas se não estou, não é porque não o amo, porque eu o amo.
E não é porque eu não sinto sua falta, porque eu já sinto. Isso só significa que ainda não estou melhor, e que essa história não acabou ainda."

Ironias do amor
Sei exatamente como é querer morrer, como dói sorrir, como você tenta se ajustar e não consegue, como você se fere por fora tentando matar o que tem dentro.

Garota interrompida
- Você me despreza tanto assim ?
- Não, eu desprezo a mim mesmo por ter te amado um dia!

Despertar de Uma paixão
Não te amo como se fosses rosa de sal,
topázio, ou flechas de cravos que atiram chamas.
Te amo como se amam certas coisas escuras,
secretamente, entre a sombra e a alma.
Eu te amo sem saber como, nem quando e nem onde.
Te amo simplesmente,
sem complicações nem orgulho.
Assim te amo porque não conheço outra maneira.
Tão profundamente
que a tua mão no meu peito é a minha.
Tão profundamente
que quando fecho os olhos, contigo eu sonho.
É assim que te amo
e nada mais me importa.

Patch Adams - O amor é contagioso
Eu posso ser engraçado se você quiser,
inteligente e esperto,
supersticioso, bravo,
um bom dançarino,
eu posso ser o que você quiser,
só me diga o que você quer
e eu serei aquilo pra você!

sábado, 14 de agosto de 2010

E agora que eu tenho certeza que você não é aquele, eu me descubro cagando um monte pra tudo isso. Tati Bernardi
O que a pessoa faz com os outros geralmente faz consigo mesma. Sabe aquele pessoa que te faz mal? Coitada.

tati_bernardi
Eu ainda estou aqui por você, limpa, ilesa, sua. Mas cada milímetro do meu corpo me implora por vida, por magia, por encantamento. - Tati Bernardi
Eu tenho duas amigas lindas, e no máximo três amigos que me consolam, mas eu precisava só de você aqui, e agora a ficha caiu: Você não vai poder ser mais meu. Que merda de vida é essa? - Tati Bernardi
Eu não gosto de você. É muito importante que isso fique bem claro. Não porque sou boa e não quero te iludir, mas porque preciso sempre deixar claro quando não gosto de alguém. - Tati Bernardi.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

GG

B: Primeiro sorriso sincero que vejo em você há muito tempo.
C: Escute, Blair...
B: Não. Eu falo primeiro. Nate está esperando pela minha resposta.
C: Eu soube.
B: Não quer saber o que está me impedindo? .. Não posso responder a ele sem saber da sua resposta. .. Daquela pergunta que te fiz há muito tempo. O que somos, Chuck?
C: Blair...
B: No último outono, você falou que não poderíamos ficar juntos. E acreditei em você. Mas cada vez que tento seguir em frente, você aparece, agindo como...
C: Agindo como o quê?
B: Como... Talvez só queria que eu seja tão infeliz quanto você é.
C: Nunca desejaria isso a ninguém. Quero que seja feliz.
B: Então olhe bem fundo na sua alma, que eu sei que você tem, e diga se o que sente por mim é verdadeiro. Ou se é só um jogo. Se for real... daremos um jeito. Todos nós. Mas se não é... Então, por favor Chuck, deixe-me ir.
C: É só um jogo. Odeio perder. Está livre pra ir.
B: Obrigada.

S: Chuck, porque você fez isso?
C: Porque eu a amo. E não posso fazê-la feliz.
"Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada 'impulso vital'. Pois esse impulso ás vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como 'estou contente outra vez' "
É, eu só lamento, sabe. Lamento ter visto muita coisa numa pessoa que não viu nada em mim. - Tati Bernardi.
Acho que essa indiferença é um adeus. Não é mesmo? Tá tão na cara e eu aqui procurando pelo óbvio. Mas sabe o que é? É que eu prefiro parecer burra.Gente burra geralmente tem jeito. E você que é covarde? Tamillys Camilo
Aonde está você pelo amor de Deus! Aonde está você? Não vê que estou cansada de pertencer a todos e não ser de ninguém? Não vê que minha devolução me enfraquece cada vez mais em me entregar? Não vê que na loucura de te encontrar não meço as entregas? E elas nunca são entregas porque eles nunca são você. - Tati Bernardi

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

A gente nasceu pra não dá certo, nossa história parou pela metade porque tinha que ser assim mesmo, tinha que deixar um buraco enorme em mim e não fazer nenhum estrago em você. Eu chorei umas lágrimas terríveis e vi tudo que aconteceu entre a gente escorrer junto com elas e cair em um ralo invisível que eu criei.Tamillys Camilo
Olhe, não fique assim não, vai passar. Eu sei que dói. É horrível. Eu sei que parece que você não vai agüentar, mas aguenta. Sei que parece que vai explodir, mas não explode. Sei que dá vontade de abrir um zíper nas costas e sair do corpo porque dentro da gente, nesse momento, não é um bom lugar para se estar. (Fernando Pessoa escreveu, num momento parecido, "hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu"). Dor é assim mesmo, arde, depois passa. Que bom. Aliás, a vida é assim: arde, depois passa. Que pena. A gente acha que não vai agüentar, mas agüenta: as dores da vida. Pense assim: agora tá insuportável, agora você queria abrir o zíper, sair do corpo, encarnar numa samambaia, virar um paralelepípedo ou qualquer coisa inanimada, anestesiada, silenciosa. Mas agora já passou. Agora já é dez segundos depois da frase passada. Sua dor já é dez segundos menor do que duas linhas atrás.
Você acha que não, porque esperar a dor passar é como olhar um transatlântico no horizonte estando na praia. Ele parece parado, mas aí você desvia o olho, toma um picolé, lê uma revista, dá um pulo no mar e quando vai ver o barco já tá lá longe. A sua dor agora, essa fogueira na sua barriga, essa sensação de que pegaram sua traquéia e seu estômago e torceram como uma toalha molhada, isso tudo – é difícil de acreditar, eu sei – vai virar só uma memória, um pequeno ponto negro diluído num imenso mar de memórias. Levante-se daí, vá tomar um picolé, ler uma revista, dar um pulo no mar. Quando você for ver, passou.
Agora não dá mesmo pra ser feliz. É impossível. Mas quem disse que a gente deve ser feliz sempre? Isso é bobagem. Como cantou Vinícius: "É melhor viver do que ser feliz". Porque pra viver de verdade a gente tem que quebrar a cara. Tem que tentar e não conseguir. Achar que vai dar e ver que não deu. Querer muito e não alcançar. Ter e perder.
Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e dizer uma coisa terrível, mas que tem que ser dita. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e ouvir uma coisa terrível, que tem que ser ouvida. A vida é incontornável. A gente perde, leva porrada, é passado pra trás, cai. Dói, ai, eu sei como dói. Mas passa.
Tá vendo a felicidade ali na frente? Não, você não tá vendo, porque tem uma montanha de dor na frente. Continue andando. Você vai subir, vai sentir frio lá em cima, cansaço. Vai querer desistir, mas não vai desistir, porque você é forte e porque depois do topo a montanha começa a diminuir e o unico jeito de deixá-la pra trás é continuar andando.
Você vai ser feliz
Tá vendo essa dor que agora samba no seu peito de salto de agulha? Você ainda vai olhá-la no fundo dos olhos e rir da cara dela. Juro que tô falando a verdade. Eu não minto. Vai passar.
Porque eu concentrei todas as minhas forças nele, e só no peito dele os meus cabelos poderiam se enroscar, só na vida dele a minha vida faria sentido, só na fidelidade dele eu descansaria o meu ciúme doentio.
Polisipo, em grego, significa “pausa na dor”. Têm sido, estes dias, polisipos. Que os teus também. Muito amor.
"... quero que você saiba sempre será parte de mim. No tempo que passamos juntos, você consquistou um lugar especial no meu coração, que eu vou levar comigo para sempre e ninguém pode substituir... mas, acima de tudo, você é o primeiro homem que amei verdadeiramente. E não importa o que o futuro traga, você sempre será, e sei que minha vida é melhor por causa disso." - Querido John - Nicholas Sparks

Entenda que quando eu digo que estou cansada, eu estou é triste.

Certas palavras podem dizer muitas coisas, certos olhares podem valer mais do que mil palavras, certos momentos nos fazem esquecer que existe um mundo la fora, e a vida nao passa de encanto magico feito especialmente para nos marca num breve espaço de tempo, certos gestos parecem sinais nos guiando por caminhos que queremos percorrer. Certos toques parecem estremecer todo nosso corpo, e arrepiar cada fio de cabelo, certos detalhes nos dão certeza que existem pessoas especiais, assim como você que certamente deixará belas lembranças.
Eu tenho medo de acreditar em você, de te desejar tanto tanto e acabar descobrindo que eu ainda tenho um coração e que ele ainda pode amar muito alguém. Não, eu digo a mim mesma, eu não vou me apaixonar e nem desejar saber tudo ao seu respeito, querer conhecer sua mãe e ser apresentada aos seus amigos. Você não sabe, mas quando eu chego em casa eu repasso cada palavra que você disse, cada gesto que você fez, cada beijo seu e me pergunto se vale mesmo a pena.Você é uma pessoa gentil, simpática e diz todas as coisas que deveria, pena que você não sabe que esse é seu maior problema. Minha vontade agora é sumir. Chamar você. Me esconder. Ir até a sua casa e te beijar e dizer que te amo e que você é importante demais na minha vida para eu te abandonar.Sacudir você e dizer que você é um otário porque está me perdendo dessa maneira. Minha vontade é esquecer você. Apagar você da minha vida. Lembrar de você a cada manhã. Pensar em você para dormir melhor. Imaginar nossa vida juntos, naquela casa bonita com cachorros . Então eu percebo: IT'S ME, e minhas vontades são bipolares demais. só o que não é bipolar demais é a minha ganancia por te ter. Sim, eu escolheria você. Se me dessem um último pedido, eu escolheria você. Se a vida acabasse hoje ou daqui mil anos, eu escolheria você.
"Sacudir você e dizer que você é um otário porque está me perdendo dessa maneira."

Tati Bernardi
- Sei muitas coisas. Algumas nem aconteceram ainda.
- Eu não sei nada.
- Te ensino a saber, não a sentir. Não sinto nada, já faz tempo.
- Eu só sinto, mas não sei o que sinto. Quando sei, não compreendo.
- Ninguém compreende.
- Às vezes sim. Eu te ensino.

cfa
Não que estivesse triste, só não sentia mais nada.
Não que estivesse triste, só não compreendia o que estava sentindo.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

"Não espero nenhum olhar, não espero nenhum gesto, não espero nenhuma cantiga de ninar. Por isso estou vivo. Pela minha absoluta desesperança, meu coração bate ainda mais forte. Quando não se tem mais nada a perder, só se tem a ganhar. Quando se pára de pedir, a gente está pronto para começar a receber. O futuro é um abismo escuro, mas pouco importa onde terminará a minha queda. De qualquer forma, um dia seremos poeira. Quem é você? Quem sou eu? Sei apenas que navegamos no mesmo barco furado, e nosso porto é desconhecido. Você tem seus jeitos de tentar. Eu tenho os meus."
Estou saindo de um momento muito escuro, então tenho procurado não deixar que as minhas dores pessoais interfiram no meu viver objetivo.

cfa
Tá tão fácil me ganhar, basta fazer tudo pra me perder. - Tati Bernardi
''Sou uma mulher inteira, charmosa, inteligente, sarcástica, irônica e segura. Eu arraso corações! Não preciso de ninguém! Saia daqui!

(Tati Bernardi)''
Você deve me achar completamente perdida e deve pensar que eu não faço idéia de pra onde eu vou sem você aqui. E tem toda razão, é isso mesmo. Mas tem uma coisa que eu posso te garantir: esses mesmos pés que se encontram sem direção pra ti eles não voltam nunca mais. E nunca mais não é uma semana, nem um mês ou mesmo um ano. Nunca mais é nem nessa vida e nem em nenhuma outra. Nunca mais é ter aprendido direitinho o dever de casa, é se olhar no espelho e se bastar, se merecer, se amar. E olha que eu tenho certa resistência a palavra NUNCA, contudo dessa vez é uma exceção... É NUNCA MESMO. Não que eu tenha deixado de te amar, pelo contrário, eu te amei todos os dias enquanto esperava que você me levasse pra qualquer lugar longe de todo mundo e vou continuar te amando por todos os dias sem esperar nada. A diferença é que eu não desejo mais você pra minha vida, alias pra vida de ninguém... Porque mulher nenhuma merece um homem que chora por ela, mas não move um dedo pra impedir que ela vá embora. Um homem grosso, chato, burro e cheirando a suor serve mais que um COVARDE. E olha que eu ainda cogitei não ir, pensei em ficar, em te ajudar, mas um frouxo não muda nunca, o feio você arruma, o fedorento você deixa cheirosinho, o grosseiro você educa e até o burro tem jeito com um pouquinho de força de vontade, porém o covarde é caso perdido, porque coragem não é coisa que se passe de uma pessoa pra outra, ou você decide ter ou mais ninguém no mundo pode dar a você.
Eu não faço mesmo idéia de pra onde eu vou, mas eu vou, porque eu não tenho medo de ir, perdi o medo de perder você, perdi o medo de me jogar no mundo e não ser sua nunca mais, perdi o medo de não ter um homem, pra quê um homem se eu sou mais homem que ele?! Vai ficar sozinho no escuro e não adianta chamar, gritar, chorar e nem implorar que eu não vou vim correndo com uma velinha acesa. Chama outra, sempre aparece uma besta carente pra você jogar seu mundo de medos nas costas. Espero que a próxima agüente um pouquinho mais e se ame um pouquinho menos, porque se ela gostar dela do mesmo jeito que eu gosto de mim é bem provável que ela também dê o fora.

Amanda Teles

domingo, 8 de agosto de 2010

A estranha

A estranha agora deu de não comer. Sou eu que perco peso, bunda, peito e buchecha. A estranha dá de chorar de bobeira e eu pago o mico. A estranha se descontrola: ora fala demais sem nenhum argumento, ora emudece um turbilhão de idéias.
Quero acordar cedo, quero praticar um exercício, quero tomar café sem pressa. A estranha só quer saber de sonhar, dorme até tarde. Dorme pesado de peso de amar. Amar dá sono porque gasta os sentidos.
A estranha quer me atrapalhar, não quer que eu escreva esse texto e eu acabo escrevendo tudo truncado e bobo. Ela só quer que eu sinta, que eu pense, que eu respire, que eu disque aqueles números mais uma vez, mais uma vez, mais uma vez.
Ei safada, saia de dentro de mim, preciso trabalhar, preciso respirar, preciso comer, preciso levar minha vida. Minha vida, entendeu?
Quem te colocou aí, vagabunda? Quem disse que você manda em mim?
A estranha é tão forte, tão grande, tão cheia de bocas, dentes, buracos quentes. A estranha vive para devorá-lo.
Eu sou fraca e tenho a nítida e desesperadora sensação de ser mera platéia de missa: estou de joelhos.
Que graça foi ver nesse homem, estranha filha da puta? Meu corpo te rejeita tanto que é quase um câncer sentir tudo isso. Meu corpo já se alimenta de você, digerindo aos poucos essa loucura para desmistificá-la.
O mais estranho da estranha é essa felicidade plena em que vivo. Esse estado de graça. A estranha encheu meu estômago de borboletas coloridas. Encheu de suspiros a minha alma. Me encheu de rendição.
É uma dessas alegrias de dar pulinhos e de murmurar alegria no semblante mais sério. É uma dessas alegrias tão abençoadas por Deus que Ele é quase cúmplice de esporádicas baixarias e mentiras.
É uma dessas alegrias desconfortáveis mas que tem cara de cama quente e travesseiro fofo.
Estranha, pra que tanto se depois acaba, mais uma vez, como tudo?
Ela nem me liga, ela dança linda e vermelha no meu tórax. Eu perco o ar, esbugalho os olhos.
Ela nem me liga, formigando cada parte do meu corpo, transformando meu desenho em pontilhado. Depois me instiga a chamá-lo para que forme minha imagem, me faça existir.
Não sou uma massa desfigurada, vaca estranha! Sou uma mulher inteira, charmosa, inteligente, sarcástica, irônica e segura. Eu arraso corações! Não preciso de ninguém! Saia daqui!
Ela apenas me sorri irônica e por piedade aquieta-se alguns segundos. Depois, eu mesma não agüento e a procuro: estranha por estranha, negar uma paixão é muito mais louco do que aceitá-la dentro da gente.

Tati B.

Passado de pelucia

Considero-me uma garota como outra qualquer, pelo menos fisicamente. Não tenho seios extremamente grandes que façam de mim “gostosa” – já disse o quanto odeio essa palavra? – ou uma barriga que faça os homens tirarem minha blusa enlouquecidamente, na verdade, às vezes até eu morro de preguiça de fazer isso. Vivo em um lugar distante, onde provavelmente ninguém que leia esse texto conheça. Lugar onde o dia passa devagar, e as pessoas ainda se importam com que você veste. Não que isso seja um problema, já faz um tempo que aprendi a ignorar isso. Adoro cantar no espelho, colar coisas fofas na parede e fingir que não me importo com o fato de não ser tão bonita como minha melhor amiga. Ser clichê é divertido, e admitir isso mais ainda. Mas infelizmente, minha descrição não acaba nessa frase. Por dentro me sinto diferente do resto do mundo: Tenho um coração que funciona ao contrário. Esqueço os caras que acabei de conhecer, e me lembro toda noite antes de dormir, dos que me fizeram sofrer. Queria me livrar dessa mania, mas quanto mais tento, mais faço. Acho que preciso de um manual “Como não esquecer um cara em cinco dias”, será que existe? Nunca encontrei. Não brinco com os homens, apenas não desobedeço meu coração. Gosto de intensidade, mas odeio falta de liberdade. Quando percebo minhas borboletas estão entrando em extinção, abro minhas enormes e brilhantes asas invisíveis e saio voando por aí. Mudo o número do celular, entro sempre offline e atravesso a rua para não esbarrar. Acho que a maioria dos caras, são tão imaturos que precisem amadurecer dentro de mim por alguns meses. Aí depois volto, relembro, me entrego e me esqueço.
Guardo os ursinhos que ganhei até hoje, e durmo com eles toda noite. E se quer saber, a maioria deles cheira bem, diz “eu te amo” com um abraço, e a melhor parte, não cobram ou esperam nada por isso.

Bruna Vieira

sábado, 7 de agosto de 2010

Há poucas coisas mais tristes na vida do que ver alguém ir embora depois que deixou você.Ver a distância entre seus corpos aumentar, até que não haja mais nada.. exceto um espaço vazio e o silêncio.

(Alguém como você)

Para um idiota!

Às vezes quando vejo partes suas, sinto vontade de voltar a ser aquela velha idiota de antes. Aconteceu agora, o seu sorriso de longe. Eu me lembro de quando você o fazia por me ver. Eu acreditava no que você dizia, mesmo fazendo sempre o oposto. O que eu sentia era puro, meu coração explodia toda vez que imagina que tudo aquilo era realidade. Você me provou o contrário, derrubou o castelo que eu construi sozinha. Nós iriamos morar nele, você fugiu de casa. E o pior, por mais que você tenha pisado em todos os sentimentos que te dei, você não consegiu acabar com tudo. Talvez tenha ficado com medo de sujar aquele seu tênis de marca idiota, ou nem isso saiba fazer. E o que você deixou inteiro, ou quase ainda existe dentro de mim. Não é o suficiente para tentar o impossivel (mudar você), mas é o suficiente para enlouquecer (estou escrevendo novamente sobre você, isso já é um sinal de loucura). Se você dissesse que não e sumisse, seria mais fácil. Mas não, você faz questão de mostrar que ainda existe. Que ainda sabe sorrir, e não precisa de mim para isso. Tenho certeza que hoje, não duraríamos nem um dia. Mas, meu coração não precisa de tudo isso. Talvez algumas horas, alguns minutos ou até mesmo alguns momentos. Só você, eu e o seu cheiro.
Mesmo que depois você voltasse para ela, e fingisse que não me conhece mais.

um dialogo ..

A: Você me deixou.
B: Claro que não, não diga isso.
A: Ah sim, é que você nunca esteve aqui, na verdade.
B: Já estive, você não viu.
A: Eu vi, só que enxerguei tarde de mais.
B: Arrependimento.
A: Se matasse minha cova seria no inferno.
B: Você sabe que não merece ir pra lá.
A: Os anjos não me querem mais.
B: Como sabe? Eles tocaram harpa e contaram pra você?
A: Não. Eles tocaram ''I'm yours'' mas deixaram de me proteger.
B: Quem sabe encontraram outro alguém pra defender.
A: Quem sabe eu não resista sem essa proteção.
B: Você sabe se cuidar.
A: Disso eu não tenho tanta certeza.
B: Mas a vida continua.
A: Eu sei, vou sobreviver.
B: Que bom.
A: Não acho.
B: Porquê?
A: Sobre-vida é pior que a morte.
B: Você tá viva.
A: Não pra você.

Saudadezinha ..

Ainda que eu esteja numa fase bacana e sem nós no peito (o que por um lado é ruim pois a paz sempre me dá alguns quilinhos a mais e alguns textos a menos), resolvi embarcar num momento nostalgia.
Não sei se foi o clima de Natal ou de Ano Novo. Não sei se é porque agora, nesse exato momento, estou ouvindo “I know it’s over”, do Smiths, e tomando uma taça de vinho. Só sei que a noite está pedindo e resolvi fazer uma sessão nostalgia.
Acho normal. Acho perfeitamente normal lembrar com carinho que você sempre dava um jeito de me mandar mensagens em datas festivas. Estivesse você casado ou namorando ou ilhado num templo budista, dava um jeito. Era como se dissesse, sem dizer “eu sei que já faz tempo, mas ainda amo você”.
Também me faz bem lembrar que você nunca, nunca, nunca se alterava. Trouxesse o garçom o pedido errado pela terceira vez ou fizesse um playboy qualquer uma tremenda barbeiragem em cima do seu carro. Você nunca estragava nossas noites. Eram tão raros os nossos momentos, você dizia, que eram para ser sempre bons. E de fato sempre eram.
Eu tenho saudade de mil coisas e todas essas mil coisas sempre caem na mesma única coisa de que eu tenho tanta saudade: sua leveza. Você me dizia que jamais iria me cobrar leveza, pois me amava intensa. E me pedia que fizesse exatamente o mesmo, ainda que ao contrário, por você. E eu não obedecia nunca, afinal, pessoas intensas não obedecem.
E assim nós seguimos, por alguns bons anos entrecortados, sendo tão parecidos ainda que tão atraídos mutuamente pelos nossos opostos. A gente era parecido principalmente porque topava as coisas mais malucas como, por exemplo, brincar que tinha acabado de se conhecer numa festa, ainda que tivesse ido junto para a festa. E por horas ficávamos nessa bobeira e nenhum dos dois ria. Até que alguém pedia, cansado, “já pode voltar ao normal? É que está me dando vontade de transar e eu não transo com desconhecidos”.
Eu tenho saudades de tudo. Da gente acordar sua vizinha de tanto rir de coisas bestas, do seu carro sempre bagunçado, da paciência que você tinha com meus quase quinze anos a menos, da mania que você tinha de arrumar minhas roupas em cima da cama enquanto eu tomava banho e de quando você apertava os ossinhos das minhas costas no escuro e falava, baixinho: “ai, como essa menina gosta de fazer drama!”.
Não é um sentimento egoísta e muito menos possessivo. É apenas uma saudadezinha. Gostosa, tranqüila, bonita, saudável, de longe. E, quem diria: leve. Tati b.
Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor. É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível. Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor? Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados. Não funciona assim. Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível. Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó! Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.

Arnaldo Jabor
- Só sei que nós nos amamos muito...
- Porque você está usando o verbo no presente? Você ainda me ama?
- Não, eu falei no passado!
- Curioso né? É a mesma conjugação.
- Que língua doida! Quer dizer que NÓS estamos condenados a amar para sempre?
- E não é o que acontece? Digo, nosso amor nunca acaba, o que acaba são as relações...
- Pensar assim me assusta.
- Por que? Você acha isso ruim?
- É que nessas coisas de amor eu sempre dôo demais...
- Você usou o verbo 'doer' ou 'doar'?
[Pausa]
- Pois é, também dá no mesmo...

(Gian Fabra

13 LINHAS PARA VIVER



1) Te amo não por quem tu és, mas por quem sou quando estou contigo

2) Nenhuma pessoa merece tuas lágrimas e quem as merece não te faz chorar.

3) Só porque alguém não te ama como tu desejas, não significa que não te ame com todo o seu ser.

4) Um verdadeiro amigo é quem te pega a mão e te toca o coração.

5) A pior forma de sentir falta de alguém é estar sentado a seu lado e saber qeu nunca o poderá ter.

6) Nunca deixes de sorrir, nem mesmo quando estais triste porque nunca sabes quem podera enamorar-se de teu sorriso.

7) Podes ser somente uma pessoa para o mundo, mas para alguma pessoa tu és o mundo.

8) Não passes o tempo com alguém que não esteja disposto a passá-lo contigo.

9) Quem sabe Deus queira que conhecças muita gente enganada antes que conheças a pessoa adequada para que, quando no fim a conheças, saibas estar agradando.

10) Não chores porque já terminou, sorria porque aconteceu.

11) Sempre haverá gente que te machuque. Assim, o que tens de fazer é seguir confiando e só ser mais cuidadoso em quem confias duas vezes.

12) Converte-te em uma melhor pessoa e assegura-te de saber quem és antes de conhecer mais alguém e esperar que essa pessoa saiba quem és.

13) Não te esforces tanto, as melhores coisas acontecem quando menos esperas.

Tudo o que acontece, sucede por alguma razão...

Gabriel Garcia Marquez
As palavras que você me disse não saem da minha cabeça, todas as noites parece que eu ainda ouço a sua voz me dizendo aquilo... Quando olho para o ontem e vejo tudo o que somos hoje, chego à conclusão de que pioramos, mas pelo menos eu sei que piorei, porque estou sem você, e admito que estou mal, já você finge por fora que esta bem, mas por dentro eu sei que você esta mal, por que nós somos almas gêmeas, e como sempre, se estou bem você esta bem, se estou mal você esta mal, e eu só estava bem com você, então você só estava bem comigo. Eu tento entender porque a vida é assim, mas não consigo, as palavras que eu mais queria te ouvir dizer, foram as que você não me disse, os momentos que eu mais sinto saudades, são aqueles que não vivemos; tudo na vida tem um porque, mas em se tratando de amor, ele é o próprio porque. Ás vezes quando eu me olho no espelho, pareço não conseguir me enxergar, a minha cara parece ser diferente daquela que eu via quando eu olhava nos seus olhos, antes todos os meus dias eram feito um céu azul, hoje eles são uma tempestade intensa; me falta o brilho, que eram seus olhos. Da sua ida eu herdei a dor, a saudade, e as lembranças, coisas que antes não faziam parte de mim, você me mudou quando eu te encontrei, e me mudou quando se foi, mas destas mudanças a que mais me fez bem, foi a que você fez dentro de mim, pois quando eu te encontrei eu tive a certeza que Deus existe. Hoje, tudo o que eu queria era te ver, afinal, quando as coisas começam a dar errado significa que a saudade está muito forte, pois quando eu me lembro de você não consigo prestar atenção em mais nada, apenas na sua voz em minha cabeça, como eu queria te ver amor, e como eu queria ouvir as palavras que você não me disse.

Hugo Barboza
E agora que as coisas mudaram, já não sei de nada, desconheço tudo o que há dentro de mim e tudo o que há ao meu redor, lembranças tornaram-se rotinas que tomam a metade dos meus dias, perspectivas já não possuem espaço em mim. Talvez as paredes são um retrato do que há em meu coração, mas os quadros possuem o seu retrato, já que você não me pertence eu também não quero me pertencer, porque eu te pertenço... Talvez o ar que eu respirei agora seja o mesmo que você irá respirar hoje de noite, ou talvez não, às vezes isto é exagero, mas o que é exagero? Eu não sei de mais nada, eu pensei que sabia tudo, mas quando a vida me fez perguntas eu não soube às respostas. Embora o desejo de te ver seja imenso acho melhor não te ver, se não o que está dormindo irá acordar, e ficarei pior ainda, estou como o dia de hoje, frio, cinza e sem graça, preciso de um Sol, mas por enquanto é melhor ter a lua. Eu não quero mais escrever, eu não quero mais falar, não quero mais nada, perdi a vontade de ter vontade, tenho apenas desejos por você, hoje tudo é desejo, desejo de te ver, desejo de sentir o seu beijo, desejo de ter mais uma vez o seu abraço, desejo de ouvir a sua voz, desejo de ver o seu sorriso, desejo de te admirar... O preço da vida é que sempre temos que estar fazendo algo, mas está difícil pagar as minhas parcelas, já não consigo, passo horas olhando para o telefone e tentando criar coragem para te ligar e te dizer tudo o que eu já disse, mas não, de chatice basta minha vida já...

Hugo Barboza
No dia em que eu te beijei, eu percebi a razão de tudo, olhar os seus olhos enquanto você me beijava foi uma sensação indescritível, nada do que eu fiz depois disto foi capaz sequer de chegar à metade do que eu senti naquele momento. Amor, talvez eu não seja com quem você terá uma vida, mas mesmo assim, da minha vida você faz parte, não em carne e osso, mas sim em alma... E amor, durante aqueles minutos em que eu estive nos seus braços eu tive tudo. Aquele momento foi único, jamais conseguirei vivê-lo novamente, a não ser com você. Lembra de como estava calor naquele dia? Pois é, em todas as tardes de calor eu me lembro de você, e nas de frio eu me lembro do dia seguinte, quando você já não estava aqui, por isso eu penso em você 24 horas por dia. Todas as noites quando vou dormir eu fico pensando em você, na esperança de te ver nos meus sonhos, e quando acordo mesmo quando não tenho que fazer nada, eu me arrumo na esperança de te encontrar por aí. Antes eu não me importava com nada, fazia tudo do jeito que eu queria, mas depois de você comecei a me importar, e foi aí que eu vi o tanto de oportunidades de ter você que eu perdi.
Hoje você diz que não, mas quem sabe ontem você teria dito sim? É mais ou menos assim que estou vivendo agora, tentando encontrar o que ontem foi perdido. Hoje eu sinto falta de coisas antes sem importância, como, por exemplo, simplesmente ficar te olhando por horas e horas, ver o quanto você fica linda de calça jeans e camiseta, ver o quão belo são os seus cabelos, ver o brilho dos seus olhos... Nossa! Se eu pudesse voltar o tempo, ao invés de perder tempo, eu o usaria te admirando, eu conversaria mais com você, faria o pouco que eu fiz ser muito. Lembra daquele dia que eu te levei no trabalho? Você estava um pouco distante, eu percebi, mas eu não me importei, simplesmente porque eu estava com você. E daquele dia lá em casa? Você lembra? Aquele abraço foi o melhor da minha vida, e aquela conversa foi a única que eu quis ter... "Por mais longe que o Sol esteja, ele nunca deixará de brilhar, por mais longe que eu esteja, nunca deixarei de te amar", esta era a nossa frase, mas pra mim ainda vale tudo o que eu lhe disse naquela tarde em que escrevi isso na sua agenda.

Hugo Barboza
A saudade só não mata porque tem o prazer de torturar.

Fabrício Charles
Nada é muito terrível. Só viver, não é? A barra mesmo é ter que estar vivo e ter que desdobrar, batalhar um jeito qualquer de ficar numa boa.

Caio F. Abreu
Só tem uma coisa pior do que inventar um amor: acreditar.
Só tem uma coisa pior do que acreditar num amor inventado: sofrer por isso.
Só tem uma coisa pior que sofrer por acreditar num amor inventado: continuar sofrendo.
Só tem uma coisa pior que continuar sofrendo por acreditar num amor inventado: continuar escrevendo sobre isso..

Tati Bernardi
A conta vem cara, os amigos são muitos, as risadas invadem, o sofrimento dissipa. Eu sigo. Eu sigo sem ligar. A mão captura rápido o celular, eu começo a colocar o número dele. Mas passa. Ligo pra outro. E outro. E outro.

- Tati Bernardi.
Tudo o que ainda pensa e se preserva em mim grita e eu escuto. Sem cabimento, sem história, sem motivo, sem eco, sem colo, sem cumplicidade, sem acolhimento, sem nada. O que mais eu quero ouvir? O que falta para eu entender que acabou? Que dor falta sentir? Que parte do meu conformismo estava de férias essas semanas? O que falta viver em cemitérios abandonados? O que falta sentir em peitos esfaqueados? O que falta amarrar nesse emaranhado de fios dilacerados que eu virei? O que falta amar em olhares escondidos? O que falta acreditar quando a verdade é tão absurda que ocupa tudo? Não passo de uma força descontrolada que vai dar com a cara na parede branca, dura e incorruptível.

- Tati Bernardi.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

o amor - tati b!

Semana passada liguei pro meu melhor amigo e convidei para um cinema. A gente não se falava desde o ano novo, quando tudo deu errado pro nosso lado. De tempos em tempos sumimos, falamos umas coisas horríveis de quem se conhece demais. Ele topou desde que fosse daqui pra frente, preguiça de conversar da briga e tal. E fomos. Cheguei antes, comprei. Ele chegou depois, comprou água. Porque eu comprei os ingressos, ele comprou também uns doces e disse que pagaria o estacionamento. Porque ele pagaria o estacionamento, eu disse que daria a carona da volta. E com meu coração tão calmo eu voltei a sentir o soninho de sofá de casa com manta que sinto ao lado dele. A gente não se beija nem nada, mas quando vai ver pegou na mão um do outro de tanto que se gosta e se cuida e se sabe. Já tivemos nossos tempos de transar e passar nervoso e aquela coisa toda de quem ama prematuramente. Mas evoluímos para esse amor que nem sei explicar. Ele me conta das meninas, eu conto dos caras. Eu acho engraçado quando ele fala “ah, enjoei, ela era meio sem assunto” e olha pra mim com saudade. Ele também ri quando eu digo “ah, ele não entendeu nada” e olho pra ele sabendo que ele também não entende, mas pelo menos não vai embora. Ou vai mas sempre volta. Não temos ciúmes e nem posse porque somos pra sempre. Ainda que ele case, more na Bósnia, são quase quinze anos. Somos pra sempre. Ele conta do filme que tá fazendo, eu do livro. Os mesmos há mil anos. Contar é sem pressa de acabar. Se ele me corta é como se a frase que eu fosse falar fosse mesmo dele. É um exibicionismo orgânico, como se meu silêncio pudesse continuar me vendendo como uma boa pessoa. São quinze anos. É isso. Ele me viu de cabelo amarelo enrolado. Eu lembro dele gordinho e mais baixo. Ele sempre comprou meus testes de gravidez, mesmo a suspeita nunca sendo nossa.
Eu já fui bem bonita numa festa só porque ele queria me fazer de namorada peituda pra provocar a ex mulher. Minha maior tristeza é que todo novo amor que eu arrumo vem sempre com algum velho amor tão longo e bonito. E eu sofro porque com pouco tempo não consigo ser melhor que o muito tempo. E de sofrer assim e enlouquecer assim, nunca dou tempo de ser muito para esses amores porque estrago antes. Mas meu melhor amigo é meu único amor. O único que consegui. Porque ele sempre volta. E meu coração fica calmo. E ele vai comigo na pizzaria e todos meus amigos novos morrem de rir porque ele é naturalmente engraçado e gente boa e sabe todos os assuntos do mundo. E todo mundo adora meu melhor amigo. E eu amo ele. E sempre acabamos suspirando aliviados "alguém é bobo como eu, alguém tem esse humor" e mais uma vez rimos da piada que inventamos, do pai que chega pro filho e fala: sua mãe não é sua mãe, eu transei com outra". E esse é meu presente dessa fase tão terrível de gente indo embora. Quem tem que ficar, fica.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

"Foi a ultima paixão. Paixão é o que dá sentido à vida. E foi a última. Tenho certeza absoluta disso. Agora me tornarei uma pessoa daquelas que se cuidam para não se envolver."
Pensando melhor, continuavam sem saber, fazia muitos anos, se a realidade seria mesmo meio mágica ou apenas levemente paranóica, dependendo da disposição de cada um para escarafunchar a ferida

CFA
"Deus, põe teu olho amoroso sobre todos os que já tiveram um amor sem nojo nem medo e que de alguma forma insana esperam a volta dele: que os telefones toquem, que as cartas finalmente cheguem."

CFA
"E se você vem, fica tudo maior, mais amplo...Sei lá...Mas é como se eu existisse dum jeito mais completo..."

CFA

Primeiro dia sem você!

Acordo feliz, nada como acordar triste para não carregar a espera da decepção. Tomo um banho demorado escutando Cake no último volume. Claro que não é para te provocar, você não está lá para ouvir a banda que você tanto odeia apenas porque você tem ciúmes de tudo o que eu gosto, mas é para impor ao mundo que eu voltei, estou única e exclusiva novamente. Eu e o meu mundo. Eu e minha solidão sem preconceitos e sem lições de moral, minha melhor amiga, a solidão, nunca vai me achar estranha justamente porque é filha predileta da minha estranheza. Tomo café com ela que, assim como eu, não come muito. A solidão precisa manter a forma para me acompanhar eternamente, e eu preciso não vomitar pelo inchaço que ela me causa. Coloco uma roupa estranha, minha pulseira de dentes que você odeia, minha bota que não me deixa nada feminina e pinto os olhos, adoro não precisar parecer uma moça com dono. No carro escuto Nação Zumbi no último volume, você não conhece, nunca se interessou, como pode? Um movimento tão charmoso ou, no mínimo, uma música boa pra dançar. Lembro que você escuta o mesmo cd do Bob Marley há vinte anos e só troca quando algum amigo seu te dá alguma dica, as minhas dicas são sempre chatas, meu mundo te encheu, como você disse. Dou graças a Deus de estar tão bem acompanhada dentro do meu universo. Eu e Nação Zumbi, eu e Billie Hollyday, eu e Cake, eu e Frank Sinatra, eu e o silêncio do meu carro, sem ninguém pra me dizer que eu freio muito depois do que deveria.
Se eu quiser, hoje, alugo um daqueles filmes europeus p&b e assisto embaixo da minha coberta com um pijama bem feio e meu cabelo em seu pior estado. Quem sabe eu não tiro umas melecas do nariz, beijo minha cachorra na boca e solto pum. Eu e meus filmes prediletos, eu e minha filha peluda, eu e as extensões do meu corpo. Faço aula de yoga ou musculação? Encontro o meu novo amigo interessante para um café ou bato papo com a minha nova amiga sobre essa nossa mania de não saber ser feliz, mas impor ao mundo o tempo todo a cartilha da felicidade? O mundo é enorme sem você, sem o seu amigo que solta fogos de artifício com o cofrinho aparecendo mas me acha uma babaca, sem o seu amigo que nunca nem olhou na minha cara direito mas bate em mulheres, e sem a sua amiga que cheira enquanto o pinto do marido não levanta e a bebê chora. O mundo é enorme sem toda a culpa que eu carrego por não ser a menininha leve e sem preconceitos que curte ver o desenho da Lua no mar e não se abala com tanto amor e nem com o medo e o cansaço que viver causa. Eu sei que sou pesada, triste, dramática, neurótica, louca, insatisfeita, mimada, carente. Mas você se esqueceu da minha maior qualidade: eu sou só. Eu era só aos cinco anos quando eu não entendia porra nenhuma do que estava acontecendo e corria para rezar no banho. A fumaça de cigarro tomando toda a casa enquanto meus pais decidiam absolutamente nada em longas discussões que sempre terminavam com a minha mãe jogada em algum canto tremendo e vomitando, e eu com a certeza de que ela morreria cedo. Hoje em dia ela sinaliza o tempo todo que pode morrer por falta de carinho, e eu não consigo dar a mínima.
Eu era só quando descobri que não controlo a vida, primeiro a minha mãe namorando justo no horário do Corujão do sábado, o horário em que eu podia ficar acordada até mais tarde namorando ela num mundo escuro e longe de tudo, depois as uvas lavadas em vinagre me esperando para sempre e meu avô morto no quarto ao lado, as meninas da escola ganhando corpo e charme antes de mim, o meu jeito estranho de ter medo de perder o controle e de multidão. Eu era só pesando doze quilos a menos, quando o mundo inteiro queria que eu comesse pra não morrer, e eu querendo viver tanto que tinha medo de não conseguir, como tudo que sempre quero muito, e acabo fodendo logo pra não ter que viver com a ansiedade do desejo maior do que eu. Eu quase morri de tanto que queria viver. E eu tô quase acabando com o seu amor por mim, de tanto que eu quero que você me ame. Percebe? Louca. Louca e só, porque ninguém vai agüentar isso. Eu sempre estou só quando sou tomada por um susto longo e paralisador que dá vontade de me concentrar apenas em mim, e não ver nada e nem ninguém, por isso quis chorar só e escondida atrás da porta, como um rato que todo mundo tem nojo, que causa doenças, que tem um longo rabo deixando tudo entreaberto para trás, mas que no fundo só quer um pouco de queijo, como qualquer criança bonitinha. Carregar nossa alma, com tudo o que ela tem de bom, de mal e de incompreensível, é uma tarefa solitária. Eu sempre fui só querendo ter uma família grande, café da manhã, Natal, cachorro, e eu continuo só quando te vejo como minha família, mas você me deixa sozinha com duas ou três opções de suco para uma ou duas opções de pão. O mundo é cheio de opções sem você, mas todas elas me cheiram azedas e murchas demais.
Eu continuo só quando quero escrever uma vida com você, mas você detesta meus caminhos anotados e minhas regras. E eu detesto seu sono e sua ausência. Eu detesto seu riso alto e forçado pisoteando o meu mundo de sombras, eu detesto você saindo pela porta e as paredes se fechando, se fechando, e eu sem poder berrar para, pelo amor de Deus, você me resgatar, e me colocar no colo, e me dizer que você me entende e sofre também. Eu sou só porque enquanto eu pensava tudo isso, você impunha aos quatro ventos, querendo parecer muito forte e macho para seu grupinho muito forte e macho, que você poderia simplesmente abaixar meu som ou mudar de canal, como um programa chato qualquer que passa na sua tv. Eu hoje fui ao banheiro duzentas vezes para ficar longe do meu celular e do meu e-mail, ficar longe de todas as possibilidades da sua existência. Me olhei no espelho bem profundamente para enxergar minhas raízes e ganhar força, chorei algumas vezes, fiquei sentada no chão do banheiro, para ver se meu corpo esquentava um pouco ou porque estava mesmo me sentindo um lixo. O ar-condicionado hoje está insuportável, mas eu não acho que mude alguma coisa desligá-lo. Estar sozinha não muda nada, conheço bem esse estado e, de verdade, sei lidar até melhor com ele. O que me entristece, é ter visto em você o fim de uma história contada sempre com a mesma intensidade individual. Eu tinha visto na sua solidão uma excelente amiga para a minha solidão. Achei que elas pudessem sofrer juntas, enquanto a gente se divertia. Tati B

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Me dói ter passado tanto tempo atenta a ele — quando ele nunca ficou atento a mim. (...) Rita Lee canta "são coisas da vida".
São 5h30 da manhã e você constata a incompetência do seu ex-namorado. Ou, talvez, ele tenha começado a sofrer de surdez depois que vocês terminaram e ele não ouviu a mensagem apitar no celular. Nada disso. Triste e cruel constatação: é você que é uma sem-noção e não tem nada que amolar as pessoas com seus problemas. Ainda mais quando as pessoas não estão mais na sua vida (ou estão, quando lhes convém).

MORAL DA HISTÓRIA:
Você é uma incompetente que ainda não aprendeu que quem mora sozinha não pode passar mal de madrugada. Continue deitada e, se a coisa agravar, chame os bombeiros. Quem sabe, Deus resolve te recompensar e mandar um bombeiro sarado. Comece a rezar logo.

Brena Braz.
Não precisa ser nenhum gênio, nem muito menos a Mãe Dinah, pra saber que o problema é você. A mala, a idiota, a infeliz, a anta paralítica, o ser desprezível é você. É você que sofre de problemas mentais sérios. Que acredita no amor impossível. Nas love-stories. Na paixão que te tira o fôlego e te deixa no chão. Que acredita em tudo isso só porque, quando vocês estão juntos, o mundo parece que pára. E alguma coisa te diz que vocês dois são o melhor plano já feito. E você sente que é imortal. E que tudo é pra sempre. E você confia mais nele do que nos seus próprios sentimentos. E, quando está com ele, você gostaria que cada segundo durasse pra sempre. Que as noites não tivessem fim. Você se sente viva. E trocaria a eternidade por aquele momento. Pelas tardes sem fazer nada juntos. E vocês se comunicam sem palavras. E você é capaz de dizer o que ele está pensando só de olhar pra ele.

Brena Braz.

A ultima primeira vez!

Ele toca a campainha e, ao contrário de todas as vezes anteriores, ela não corre pra terminar de se arrumar. Ela não coloca brinco na orelha, não retoca o batom, não troca a sandália de dedos pelo salto alto. Ela atende a porta de chinelo velho e cabelo preso pra trás da orelha com piranha de plástico daquelas de duas por um Real. Ele a olha nos olhos, diz que está com saudade e a abraça com tanta força que parece que vai quebrar aquele corpinho magrelo. Ela fica na ponta dos pés para abraçá-lo e, nesse instante, se lembra que costumava fazer isso para alcançá-lo.Foi tudo muito estranho pela primeira vez. O tênis esquisito dele não combinava mais com ela. Aquela camisa larga e aquela bermuda mais pareciam seu irmão de 17 anos. Nada nele havia mudado, mas era tudo diferente pra ela. A voz, o sorriso meio sem graça, o cabelo liso meio sei lá, as canelas finas, as mãos quadradas num tom rosado de tão brancas. Tudo tão igual sempre foi e tão estranho pra ela.A vida dela andou nesse um ano e pouco que eles ficaram sem se falar. Ela mudou. Piorou em algumas coisas, melhorou em outras, mas mudou. Ela, que não gostava de rave e andava pra música eletrônica, agora compra ingresso com um mês de antecedência. Ela trocou a cama por uma melhor, o sofá da sala por um branco lindo, mudou os móveis de lugar depois do Natal, trocou o carro por outro que anda muito mais. Mudou o tom do cabelo, o estilo das roupas. Fez vários novos amigos. Para ele, parece que o tempo não passou. Ele acha que pode chamá-la pelos apelidos que ele costumava inventar pra ela, acha que pode pegar nela onde bem entender e que pode arrumar o cabelo dela pra trás da orelha. Não. Eles ainda têm algum assunto, mas ela já não faz mais piadinhas pra implicar com a vida de solteiro dele. Ela não é mais dissimulada quando ele pergunta se ela está com alguém. Ela está solteira e não precisa mais fingir que está de rolo com alguém pra fazer ciúme nele. Não faz mais sentido. Nada mais faz sentido. As brincadeiras, o abraço, o toque do corpo. Acabou a emoção, acabou o brilho no sorriso, acabou o sorriso nos olhos. Coisas do tempo.Ele partiu sem nenhuma dor. Ela fechou a porta e sua vida continuou de onde estava. Pela primeira vez, ela fechava aquela porta sem sentar na escada e chorar por ele ter ido embora pra sempre. Pela primeira vez, ele saiu sem que ela o observasse partir com o coração apertado. Pela primeira vez, ele foi embora sem deixar uma gotinha de esperança de que ela pudesse tê-lo de volta na vida dela. Pela primeira vez, ele partiu sem que eles tivessem trocado mais do que um abraço apertado. Pela primeira vez, ele se foi sem que eles tivessem remexido o passado ou chorado porque alguma coisa não deu certo entre eles. Pela primeira vez, ele foi embora de verdade. Pela última vez, ele foi embora.

Brena Braz.
Eu não sou uma boca que precisa ser beijada por outra qualquer. Eu não preciso do seu dinheiro. Muito menos do seu carro. Mas, talvez, eu precise dos seus braços fortes. Das suas mãos quentes. Do seu colo pra eu me deitar. Do seu conselho quando meu lado menina não souber o que fazer do meu futuro. Eu não vou te pedir nada. Não vou te cobrar aquilo que você não pode me dar. Mas uma coisa, eu exijo. Quando estiver comigo, seja todo você. Corpo e alma. Às vezes, mais alma. Às vezes, mais corpo. Mas, por favor, não me apareça pela metade. Não me venha com falsas promessas. Eu não me iludo com presentes caros. Não, eu não estou à venda. Eu não quero saber onde você mora. Desde que você saiba o caminho da minha casa. Eu não quero saber quanto você ganha. Quero saber se ganha o dia quando está comigo.

Brena Braz.
Isolda: Quantas você amou antes de mim ?
Tristão: Nenhuma
Isolda: E depois de mim ?
Tristão: Nenhuma

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(Tristão & Isolda)
A rotina, a alegria e a pureza ainda existem, apesar de você não estar mais aqui. Nada, nada aconteceu para o mundo. E eu me sinto minúscula e sozinha por não ter a cumplicidade da vida lá fora, por não ter um minuto de silêncio pela nossa morte, por ter que sentir tudo isso sozinha, entre escovas de dentes, xixis e roupas dobradas e cheirosas. Odeio a ordem de tudo, odeio a funcionalidade de tudo, odeio que a TV ligue, que o telefone toque, que meu estômago peça comida, que japonesas riam fora de hora, que meu carro corra, que a bola quique duas vezes antes e, principalmente, que você, não muito longe daqui, sorria.

- Tati Bernardi.
Espero que eu não demore dias para escrever isto aqui a você. Pra começar, nós começamos tortos, porém acredito que não fomos um erro. E sim, eu acredito em mudanças. Posso não ter sido tão lúcida ao mostrar sobre as mudanças, mas se você aprendeu comigo que as pessoas “não mudam”, você aprendeu errado. Fui prova viva de mudanças e melhoras. Fui prova do caos a hoje um pequeno pé de vento e busca de uma linha sazonal de paz. O desespero pelo esquecimento é muito mais difícil do que os reflexos dele hoje em mim. Realmente excedemos os dois, e hoje eu nem sei onde a culpa foi parar. Não sei qual das costas era para estar mais pesada – mas não está, nem a minha nem a sua. O que pesa vem de dentro pra fora. Pesa o peito, não as costas ou mesmo faz sangrar os pés pela caminhada árdua que já tivemos. E você tem pavor ao ver meu sangue escorrendo por você, veia a veia dentro-fora. Não sou uma gaiola para te prender, nem muito menos tenho uma boa tesoura para cortar suas asas, minhas tesouras mal cortam papel. Acredito em liberdade, como também acredito que não são os pés e as mãos livres que a nos dará. Um coração amado é muito mais feliz vivendo e compartilhando seu amor. Por isso eu desde o primeiro beijo te quis para ser meu companheiro, parceiro, e te confiei o que mais há de valor em mim, meu coração. Sei que meu exagero pode lhe ter sido um susto, mas eu quis te amar sim desde o primeiro dia e te amei, torta louca doente, mas te amei. Só que com meu egoísmo, não percebi que antes de mim você tinha outra vida, pois não bastaria um ponto final meu na minha vida de antes, se a sua ainda era completamente vivida por você, mas só por você. Um dia paramos. Fui insuportável e achei justo sentir o gosto amargo de te perder. E quando tentado resgatar o amor que por fim nos achando loucos por acreditar, a insanidade sempre falava mais alto. Tentamos curar um ao outro, só que as violetas roxas secaram. E quando elas secaram deixamos de acreditar na loucura e por sua vez em nós.
Foi longe que me curei. Foi sem que percebi que nós dois estávamos apodrecendo a terra. Foi distante que me tornei mais humana e também menos egoísta e orgulhosa. Foi perdendo você que aprendi a conviver com as minhas dificuldades e tentar respeitar as tuas. Não é fácil, peco, mas sei enxergar meu umbigo e ao redor dele. Sei reconhecer. E se insisto não é por chatice, ou mesmo por acreditar que haverá paz mundial, mas sim que pode existir paz entre a gente. Eu reli tudo o que escrevemos. Reli para tentar entender o que você queria mesmo me dizer. E eu sei que se eu disser que não quero mais nada, você irá concordar e nem irá se apavorar ou me procurar para uma explicação. Você pode estar diferente, mas eu conheço você ainda. E no momento você não quer saber de nada a não ser você mesmo. Preciso viver e estou com esta necessidade me cutucando, por isso não farei planos, não sou boa com eles, agendas ou relógios, vou destinar metas, e uma delas é me domesticar. Há muito útero aqui. Mas agora só quero que você sinta o seu coração e saiba escutá-lo como escuta suas músicas, e me diga se há amor pra mim ainda em você. É ruim saber que você ama alguém, está com essa pessoa, mas essa pessoa não está com você. E nós dois devíamos estar fartos de nos sentir assim, pois por quanto tempo sentimos isso estando juntos? O que acontece é que eu mudei, e você permanece impenetrável a mim, por que? Você é sincero comigo? Eu sou com você. Você reclama que falo demais e por falar nisso, falar sobre pessoalidades sempre lhe causou grande fúria, e não que eu não me importasse com sua chateação, pois o que lhe desagrada me desagrada também e sei que isso é uma falha minha, mas eu digo o que penso pra não pesar dentro, porque quando as coisas estão fora elas são mais fáceis de lidar.
Se ficam dentro, acumulam, acabam sendo esnobadas e assim esquecidas, mas o inconsciente não esquece, ele algum dia vem e perturba. Imagine quanto sujeira nisso, imagine o fedor do vomito. Então, já guardei muito, e, ainda guardo, só que o espaço ficou pouco e prefiro guardar o que realmente vá valer ser degustado ao ser escarrado. E nós dois não somos mais feitos para ter nojo um do outro. Você conhece meu corpo, o gosto de todos os poros e fluxos dele. Conhece não só quando te amam, conhece meu corpo quando não precisava respirá-lo. Você pode ter a oportunidade de conhecer minha alma como mais ninguém teve a chance ou o desprazer de conhecer. De você não tive vergonha de ser fraca, covarde, de mostrar meus medos, meus erros, muito menos meu desespero por não te ter mais. Você sabe sobre o meu desprezo e minha indiferença, mas conhece o coração mole e dócil que tenho. E confesso que realmente não sou a mesma pessoa com meus pais ou com os outros, eu só consegui ser eu mesma com você. Vi que você também não era perfeito e eu podia errar. Você se tornou o par perfeito pra mim e é dolorido admitir que eu não seja o seu. Só que eu não tenho mais força a me forçar a acreditar que você me ama e deseja. Não posso mais insultar meu coração e nem pedir pra que me ame, que seja meu companheiro e eu sua garota. Não é como nos filmes, mas nossa história daria um livro. Talvez algum dia as coisas que escrevo se transformem em mais uma coisa que eu amo – livros. E talvez seja esta a maneira de você me guardar em sua vida, como um livro em uma prateleira, como você mesmo faz. Não estou desistindo. Estou racional. Minha cabeça está quase quarada e assim as coisas facilitam para serem pautadas sem que exceda qualquer vírgula. Não sei também quando irá ler isto. Mas não tenho pressa, só desejo que a gente se acerte, seja qual for o próximo passo, tem necessidade por vida, fazer isto. Devemos-nos essa. Cansei das nossas doenças mentais. Eu já disse a você que somos capazes de ter paz, basta querermos o mesmo.
“Não se cura um amor com outro amor, isso não fui eu quem disse primeiro, nem quem dirá por último. Meu pé de pimenta está brotando novamente – é sinal de que a vida nos volta, só você precisa também intuir. Roxo é a cor da cura, mas meu coração continua rubro e o teu surdo pelas notas de tuas músicas. A mágoa nos foi mútua e o que escrevo aqui não é provocação, é desabafo pedindo perdão. Perdão do que fomos à presença e no silencio de mãos dadas, bocas caladas e gemidos travessos – sem versos, reversos com medos. Eu aqui te procuro por te ver fugindo também como eu, mas sem querer colocar palavras em tua boca como sempre fiz, eu só estou assumindo os sentimentos meus. E, de todo mal que te causei, de todo mal que me causou igual, pior, o mesmo, eu não te peço de volta, porque as coisas não voltam. A roda gira, e o adivinha continua. Tudo continua. O mundo pode ser pequeno, o mundo vai continuar a ficar menor. Essa nossa história não se pontua, ela não parou pelas tristezas, pela falta de respeito e pela indiferença que não ouve. Pelo contrário, os caminhos diversos continuam sendo paralelos, e no fim tudo se limita a um mesmo ponto – é aí que te encontro de novo, porque um grande amor, não se cura com outro amor, nem que este seja também um amor maior. Medir palavras. Devia ter feito isso não da última vez que escrevi, mas das últimas vezes em que não fomos, mas estivemos. Pra mim é melhor esclarecer até o que está morto, só assim enterro de vez a morte e volto a florescer. Erva-daninha floresce? Eu talvez sim. Só sei que nosso terreno é fértil, não consigo vê-lo apodrecer como tem acontecido. Podemos não nos olhar, fingir inodoros, incolores um pro outro – eu posso me comunicar por aqui com você, por essas linhas, pois sei que você as lê. A realidade tua não precisa mudar. Não quero confundir, embaraçar, enlear, só esclarecer, talvez também não morrer.” Meu coração usa meus dedos para dizer.