Hugo Barboza
sábado, 7 de agosto de 2010
E agora que as coisas mudaram, já não sei de nada, desconheço tudo o que há dentro de mim e tudo o que há ao meu redor, lembranças tornaram-se rotinas que tomam a metade dos meus dias, perspectivas já não possuem espaço em mim. Talvez as paredes são um retrato do que há em meu coração, mas os quadros possuem o seu retrato, já que você não me pertence eu também não quero me pertencer, porque eu te pertenço... Talvez o ar que eu respirei agora seja o mesmo que você irá respirar hoje de noite, ou talvez não, às vezes isto é exagero, mas o que é exagero? Eu não sei de mais nada, eu pensei que sabia tudo, mas quando a vida me fez perguntas eu não soube às respostas. Embora o desejo de te ver seja imenso acho melhor não te ver, se não o que está dormindo irá acordar, e ficarei pior ainda, estou como o dia de hoje, frio, cinza e sem graça, preciso de um Sol, mas por enquanto é melhor ter a lua. Eu não quero mais escrever, eu não quero mais falar, não quero mais nada, perdi a vontade de ter vontade, tenho apenas desejos por você, hoje tudo é desejo, desejo de te ver, desejo de sentir o seu beijo, desejo de ter mais uma vez o seu abraço, desejo de ouvir a sua voz, desejo de ver o seu sorriso, desejo de te admirar... O preço da vida é que sempre temos que estar fazendo algo, mas está difícil pagar as minhas parcelas, já não consigo, passo horas olhando para o telefone e tentando criar coragem para te ligar e te dizer tudo o que eu já disse, mas não, de chatice basta minha vida já...
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