Prepare o seu coração, fôlego, estado físico e exercite também a paciência: ele entrou em campo. Pisou o gramado da sua vida, deu a largada no seu coração, e competente como ele só, atravessou a faixa de chegada como campeão no seu cotidiano. Você pode ter o conhecido por uma amiga em comum, sem querer, no elevador do prédio dele, ou até mesmo, na academia que você freqüenta. E o que aparentemente era apenas um deus grego, com um corpo fabuloso, um rosto divino e aquele toque informal, coloquialmente bem vestido, você descobrirá na seqüência que trata de ser um aficionado nas mais diversas e impensáveis modalidades de esporte possíveis. Entre esporte atrás de esporte, sem cansar, com muita vitalidade e suor.No começo, você chega a nem notar tanto apelo desportivo. Não fosse pelo estilo, tão impessoal, quanto informal, você o consideraria um fiel amante de literatura brasileira, um ótimo advogado, ou um entre tantos outros homens, amantes do tripé futebol-cerveja-amigos, e só. Seria ótimo se fosse apenas isso. Porém, quando na casa do rapaz, numa das primeiras vezes em que estão juntos, brindando tal momento no sofá da sala e ele resolve ligar a televisão porque não pode perder a Superliga de Vôlei - e nem ao menos é o time do Bernardinho - você começa a estranhar. Logo depois, comenta o quão empolgante ver a equipe italiana massacrar o Irã, e ele diz que isso nem é nada, que quando chegar a vez do Brasil é que ficará bom. Só resta a você, acreditar. No meio do jantar, toca a secretária eletrônica, e você suspira quando ele não atende o telefone, e continua lhe dando atenção. Porém a mensagem seguinte é ainda mais suspeita: "Aí brother, amanhã vai rola altas ondas, mar clássico. Se pilhar fazer o bate e volta, liga ae. Falou!". Silêncio, constrangimento, dois sorrisos amarelos. O multiesportista apenas comenta algo como, "se você quiser ir junto, tudo bem, tem lugar no carro."
camila paier
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