Tudo o que não sou não pode me interessar, há impossibilidade de ser além do que se é - e no entanto eu me ultrapasso mesmo sem o delírio, sou mais do que eu quase normalmente - ; tenho um corpo e tudo o que eu fizer é continuação de meu começo. (...) A única verdade é que vivo. Sinceramente, eu vivo. Quem sou? Bem, isso já é demais. (...) É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer, porque no momento que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se tranforma lentamente no que eu digo. Ou pelo menos o que me faz agir não é o que eu sinto mas o que eu digo.
Clarice
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